Quem Somos

“O Seminário Teológico nas Igrejas Evangélica Livres – SETIEL é um programa de treinamento com ênfase no ensino e na capacitação de obreiros e líderes no contexto da igreja local. Idealisado pensando em trazer vários cursos, desde a integração na vida cristã ao estudo mais profundo da Palavra de Deus, o SETIEL, foi criado para proporcionar um crescimento espiritual aos seus participantes. A relevância do ensino e da capacitação ministerial a partir da igreja local é ressaltada pela realidade brasileira no ensino teológico descrito abaixo.”

A realidade brasileira no ensino teológico   

:: Programas de formação teológica

Há uma lacuna de obreiros formados deixada por aqueles que desistem do ministério porque têm uma formação acadêmica sem formação de caráter e de espiritualidade prática.
Formamos pastores “Teólogos”, e não pastores com uma formação integral de conhecimento, caráter e habilidade.

:: O ensino teológico no Brasil

Os alunos formados em seminários não têm suprido a demanda de crescimento das igrejas no país.
Utilizando os dados da SEPAL (Serviço de Evangelização para América Latina) em 2001, a TOPIC (Trainers of Pastors International Coalition) enfatizou a necessidade de treinar 175 mil novos pastores no Brasil até 2010. Outro dado relevante: Precisamos reciclar e aprimorar em torno de 75 mil pastores em exercício no Brasil.

:: As dificuldades da educação teológica formal

A igreja evangélica brasileira teve um crescimento rápido na segunda metade do século XX.
O ensino teológico formal no Brasil tem uma bagagem institucional rígida de dogmatismo denominacional, formando obreiros com um perfil europeu ou norte americano.
Outra origem dos obreiros é o processo informal e popular de formação de obreiros proveniente dos meios pentecostais e neopentecostais. Mesmo unindo os dois processos de formação (formal e informal), as instituições evangélicas brasileiras não estão posicionadas para formar o número de obreiros demandados pelas igrejas em anos futuros.

 

FATORES QUE AMPLIAM AS DIFICULDADES

Alto índice de desistência do ministério
Estima-se que 20% dos alunos formados nas instituições formais permanecem no
ministério após três anos de trabalho.
Questões financeiras e custeio dos estudos
Os valores investidos no custeio de um seminário entre 4 a 5 anos de estudos é em torno de R$ 36 mil (ou seja, em torno de US$ 12 mil em valores atuais).
Para o contexto social e econômico brasileiro isto é muito alto exigindo auxilio das igrejas ou
do exterior.


Crises Ministeriais

Cerca de 20% dos obreiros ativos têm crises pessoais e alegam despreparo para a tarefa ministerial. Os deslizes éticos, especialmente na área de conduta moral, também revelam fraqueza na formação de caráter e possivelmente imaturidade emocional.
Entre os vários fatores é citada a falta de preparo como maior fator de crise.

 

:: Raízes da crise na formação teológica formal

As desistências antes do ministério
Estão ligadas tanto à falta de vocação como a problemas de formação. Vocacionados jovens que se
deslocam de suas origens para estudar em regime integral nem sempre têm plena certeza da carreira.
Vão para o seminário pelo entusiasmo inicial da vida cristã, mas carência afetiva, saudades da família,
medo, e solidão dificultam a formação. Falta de um conselheiro eficaz. Agravante: As igrejas exigem
experiência prática de um a dois anos de ministério para colocação.

As desistências no inicio do ministério
As sobrecargas do trabalho pastoral frustram o recém formado. Ele sai do seminário sem conhecer
exatamente como vai praticar o ministério. Dificuldades financeiras associadas à crise sócio-econômica e limitações pessoais devido à qualificação profissional complicam o quadro. Conflitos conjugais,
problemas de desajustes familiares ligados à administração do lar e dificuldades ligadas à educação de filhos podem ocorrer ou agravar-se. Dificuldades com enfermidades físicas, emocionais e patologias sócias características dos centros urbanos também são um fator.

A desqualificação ética no ministério
A influencia dos princípios gnósticos da dicotomia da realidade na cultura evangélica atual levam a
problemas de comportamento éticos. A tendência ao misticismo da igreja evangélica brasileira leva para uma visão ética distorcida quanto aos limites e debilidade que afeta a vida moral dos pastores. A falta de preparo para viver num país “erotizado” que apela para a sensualidade leva a deslizes éticos.

Falta de aptidão ministerial
Muitas vezes o seminário é a opção mais econômica para a formação profissional. Às vezes procura-se
uma auto-afirmação como ser humano. Muitas vezes o aluno não tem aptidão suficiente para outra
ocupação, procurando no ministério um refúgio.

Custos elevados do ensino formal
A educação formal no Brasil gira em torno de R$ 360,00 (US$ 120,00) mensais, mais gastos com
materiais e sobrevivência. Isso impede um bom número de vocacionados a estudar. Os alunos casados têm muita dificuldade de cursar um seminário formal de internato. Esses fatores demandam uma continuidade de investimentos estrangeiros para a formação pastoral. As igrejas brasileiras ainda não assumiram bem estes investimentos.

 

RESUMO: A falta de preparo, seja ela proveniente de deficiências do ensino formal em si, ou de falta de recursos para a participação nos ensinos, é citada como um dos grandes fatores de crise.

 

Formação ministerial a partir da igreja local

 

Uma alternativa de formação teológica

O contexto da igreja local é naturalmente muito mais rico em oportunidades para a formação de caráter e prática ministerial do que o contexto típico de um seminário. Sendo assim, uma alternativa já testada e aprovada em outras denominações é o uso da formação ministerial a partir da igreja local. Neste modelo, a grande divisão e distinção entre seminário e igreja é atenuada e o resultado é aproveitamento máximo dos recursos de ambos na formação de obreiros.

As igrejas integradas nesse sistema de estudos têm possibilidades de treinar um grande público. Para isto a igreja precisa ter uma eclesiologia, estrutura e paradigmas adequadas, devendo estabelecer uma filosofia de discipulado e acompanhamento ao longo do processo de formação.

 

Princípios fundamentais do Modelo

Este modelo segue os princípios básicos de discipulado e acompanhamento para o desenvolvimento de conhecimento, caráter e habilidades.
Se quisermos alcançar pessoas numa sociedade pós-moderna, caracterizada pela concentração em grupos menores e sub-culturas, então precisamos de igrejas que em sua totalidade são capacitadas para servir neste contexto. Elas devem ser mobilizadas para trazer todo o evangelho para todo o mundo.